Desde
que me lembro, sempre gostei de observar e analisar o mundo e as
pessoas à minha volta, acima de tudo, para as tentar compreender e
ajudar. Mas, penso que essa é uma atividade extraordinariamente difícil
de realizar se, antes de mais, não for capaz de me observar e analisar a
mim própria.
José Ramos - Nature & Landscape Photography |
Por
essa razão, sou a minha maior crítica e mais severa juíza. Analiso, por
vezes até à exaustão, as minhas atitudes, opções e motivações,
procurando determinar até que ponto são verdadeiras, justas ou
coerentes.
A
criação deste blog obedeceu a uma motivação, valor e modo de estar na
vida, que se prende com o acreditar que a união entre as pessoas é a
fórmula secreta para solucionar quase todos os problemas.
Mas,
questiono-me eu, por que razão tenho eu esta necessidade de tentar
tocar o coração dos outros, de tentar uni-los, ou ajudá-los, como se essa
fosse a minha grande missão na vida?
Será
que tenho necessidade de protagonismo? Será que quando tento ser
solidária, pretendo ganhar dividendos, tais como reconhecimento, ou ser
vista como uma pessoa "especial"?
Será
que este espírito de missão é de facto genuíno, ou não passa apenas de
uma outra forma de egoísmo, uma tentativa de compensar inseguranças ou
carências?
Quando ajudo alguém, será que fico a dar palmadinhas nas minhas costas, dizendo, de mim para mim, "És tão boa pessoa?"
Suponho
que sempre terei dúvidas quanto às, absolutamente verdadeiras, respostas
a estas questões, pois, todos nós somos dicotómicos, todos gostamos que
nos apreciem, valorizem e gostem de nós.
Assim, provavelmente, quaisquer que sejam as nossas atitudes, ações ou missões, elas serão sempre originadas por um conjunto de motivações e não apenas obedecendo a uma única e exclusiva razão.
Assim, provavelmente, quaisquer que sejam as nossas atitudes, ações ou missões, elas serão sempre originadas por um conjunto de motivações e não apenas obedecendo a uma única e exclusiva razão.
Contudo,
penso que, qualquer que seja o conjunto de motivações que nos move, no
final, o que é verdadeiramente importante é se, de alguma forma,
contribuímos para que nós próprios e o mundo à nossa volta nos tornemos
um pouco melhores, mais felizes, mais evoluídos, mais sábios....
Não
seremos anjos, mas tampouco somos demónios. O que melhor nos define são
as nossas escolhas e a consciência que temos delas e das suas
consequências.
As
nossas explosões de bondade, ou de maldade, são apenas picos
momentâneos. Mas, a manutenção coerente de valores, princípios,
dedicação, atitudes, entrega ou doação, ao longo da nossa caminhada,
essa, sim, é a nossa verdadeira essência.
José Ramos - Nature & Landscape Photography |
Portanto,
ainda que originadas por motivações ambivalentes, o que é
verdadeiramente importante é persistir em dar o melhor de nós próprios,
seja o que for a que nos dediquemos. Certos de que se fizermos bem o
nosso papel, na nossa equipa, esta será sempre uma equipa vencedora.
UBUNTU - “Eu sou porque nós somos”
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