"Em círculo, somos todos iguais. Quando estamos em círculo, ninguém está à sua frente, nem atrás, nem acima e nem abaixo.
Um Círculo Sagrado é feito para criar Unidade. O Elo da Vida também é um círculo. Nesse elo há espaço para cada espécie, cada raça, cada árvore e cada planta."
Dave Chief, Oglala Lakota

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

HARMONIA

Incline ligeiramente a cabeça para o lado esquerdo!
Fascinante, não é?
A mãe-natureza mostra-nos coisas impressionantes... basta estarmos um pouco atentos...
Foto encontrada em Cantinho dos Deuses
Original de Praying Mother and Son Rock Formation

O sol, as estrelas e a lua, o céu e o mar, as montanhas e as planícies, as árvores, os arbustos e as flores, as rochas e a areia, os rios e os desertos, a chuva, a neve o vento, a brisa, o frio e o calor, os animais, os homens e....o Universo, todos, em Harmonia, dançamos uma valsa eterna.


"Somos todos pequenos universos...


Harmonia... música, teoria das cordas, harmonia das esferas... multidão, vibração, conversação, pulsação, unicidade, universos... multiverso... redes... web."







Na música, Harmonia é a combinação de sons agradáveis, tocados em simultâneo,  Quanto mais notas musicais forem tocadas em simultâneo, de forma agradável, mais harmoniosa será a música.




A Teoria da Harmonia das Esferas, de Pitágoras, "é muito mais profunda do que a mera conjectura da consonância das notas que os astros produzem nos seus movimentos regulares. A música era para os pitagóricos um símbolo da harmonia do cosmos e, simultaneamente, um meio de alcançar o equilíbrio interno do espírito do homem.

Para Pitágoras, o universo era um cosmos, um todo ordenado e harmoniosamente conjunto. O destino do homem consiste em considerar-se a si mesmo como uma peça desse cosmos, descobrir o lugar próprio que lhe está designado e manter em si, e à sua volta, a harmonia que lhe é devida de acordo com a ordem natural das coisas."
Vingança de Hefestos - Afrodite e Ares

A Mitologia Grega, conjunto de mitos e ensinamentos com caráter religioso, da Grécia Antiga, relata as vidas dos deuses residentes no Monte Olimpo, de titãs, seres semidivinos, monstros e vários heróis, tentando explicar a natureza do mundo e as origens e significado do seu culto e  rituais. 


Os deuses viviam num imenso palácio,  construído no topo do Monte Olimpo, uma montanha que ultrapassava o céu. A ambrósia e o néctar eram os manjares divinos de que se alimentavam, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites. 

Os Deuses do Olimpo eram doze (o Doze Canónico da arte e da poesia), Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso, os quais correspondiam aos deuses romanos Júpiter, Juno, Neptuno, Minerva, Marte, Ceres, Apolo, Diana, Vulcano,Vénus, Mercúrio e Baco. 
Afrodite, deusa do amor, da beleza e da sexualidade, filha de Zeus e de Dione ou, noutras tradições, de Urano, embora casada com Hefesto, o deus do fogo, envolveu-se numa ligação adúltera com Ares, deus da guerra, filho de Zeus e Hera.
Da sua imensa paixão  nasceram Eros (Cupido), o deus que desperta paixões em homens e deuses, com suas flechas; Fobos e Deimos, o medo e o pavor; e a bela Harmonia. 
Harmonia
O nascimento de Harmonia, Concórdia para os romanos, veio estabelecer o equilíbrio  entre o amor e a paixão.


Esse equilíbrio é calmaria, depois da tempestade;  paz ,depois da guerra;  serenidade, depois da emoção; aceitação, depois da raiva; descanso, depois da luta,  calma, depois das lágrimas;  sorriso, depois da dor;  luz, depois da escuridão...

Porque só há conhecimento, após o estudo; Só há sabedoria, após a reflexão; Só há Amor, após a doação.
Mas, não pode haver Luz, se não houver escuridão; Não pode haver Coragem, se não houver medo; Não pode haver Amor, se não houver desapego.
Harmonia é o equilíbrio entre o que somos e o queremos ser; entre o que projetamos e o que vivemos; entre o que aceitamos e o que lutamos.
É nessa busca, entre o Ser e o ter, o Amar e o querer; o Lutar e o vencer; O Dar e o receber, que encontramos a melodia de Viver, dançando na Harmonia.





UBUNTU - “Eu sou porque nós somos”



Fontes


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

MITOS, LENDAS E REALIDADE



Mito (do grego antigo μυθος, translit. "mithós") é uma narrativa de caráter simbólico-imagético, relacionada com uma dada cultura, que procura explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser das personagens, a origem das coisas.
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa referindo-se às crenças,  das diversas comunidades, consideradas sem fundamento objetivo ou científico e vistas apenas como fazendo parte de um universo imaginário.
Acontecimentos históricos podem transformar-se em lendas, se adquirem uma determinada carga simbólica, para uma dada cultura, e serem confundidos com mitos.
Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos.
De caráter fantástico e/ou fictício, as lendas combinam fatos reais e históricos com fatos irreais que são meramente produto da imaginação humana.
Lenda não é uma mentira, nem tão pouco uma verdade absoluta, mas, para sobreviver na memória dos tempos, ela deve ter, no mínimo, uma parcela de fatos verídicos.
Muitos pesquisadores, historiadores ou folcloristas, afirmam que as lendas são apenas frutos da imaginação popular, porém, para muitos povos, as lendas são "os livros na memória dos mais sábios".

Realidade, do latim realitas, isto é, "coisa", significa em uso comum "tudo o que existe". Em seu sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela ciência, filosofia ou qualquer outro sistema de análise.
O real é tido como aquilo que existe fora da mente ou dentro dela também. A ilusão e/ou a imaginação, embora não estejam expressas na realidade tangível extra-mentis, existem ontologicamente, ou seja: intra-mentis. E são, portanto, reais, ainda que possam ter uma natureza ilusória. 
No senso comum, realidade significa o ajuste que fazemos entre a imagem e a ideia da coisa, entre verdade e verosimilhança. 
Na interpretação ou representação do real, (verdade subjetiva ou crença), a realidade está sujeita ao campo das escolhas.
A verdade (subjetiva) pode, às vezes, estar próxima da realidade, mas depende das situações, contextos, premissas de pensamento e cria dúvidas reflexivas. Às vezes, a interpretação daquilo que observamos depende mais das nossas escolhas, que são um conjunto de normas, do que das próprias evidências.


Quem  é, ou foi, Madre Teresa de Calcutá? 
  • Um Mito, uma Lenda ou a Realidade?
  • Uma Santa ou um Anjo do Inferno?



Anjezë Gonxhe Bojaxhiu M.C. (Skopje, 26 de agosto de 1910 — Calcutá, 5 de setembro de 1997), conhecida mundialmente como Madre Teresa de Calcutá ou Beata Teresa de Calcutá, foi uma missionária católica de etnia albanesa, nascida no Império Otomano, na capital da atual República da Macedônia e, posteriormente, naturalizada indiana.
Considerada, por alguns, a missionária do século XX, fundou a congregação "Missionárias da Caridade", tornando-se conhecida, ainda em vida, pelo cognome de "Santa das sarjetas".
Na Índia, ao serviço da congregação “Irmãs de Nossa Senhora do Loreto”, como professora, juntou ao primeiro lar infantil "Sishi Bavan" (Casa da Esperança), fundado em 1952, o "Lar dos Moribundos", em Kalighat. 
A princípio, teve problemas de ordem religiosa, com alguns grupos que professavam outra fé e, consequentemente, uma outra religião e cultura, mas, com o passar do tempo, todos foram percebendo que ela tinha realmente boas intenções e que a sua obra tinha verdadeiramente um caráter nobre. Assim, ela começou a receber donativos de hindus, muçulmanos, budistas, etc., o que  lhe possibilitou acorrer a outras situações difíceis e problemáticas, tais como crianças abandonadas, pessoas sofrendo de SIDA, mulheres que foram violadas e engravidaram, leprosos.
Mais de uma década depois, em 1965, a Santa Sé aprovou a Congregação Missionárias da Caridade, a qual, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença missionária em países como a Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética, China etc.
O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Prémio Templeton, em 1973, com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro de 1979 e, finalmente, com a sua beatificação pela Igreja Católica em 2003.
O seu funeral, em 1997, teve honras de Estado e contou com a presença de personalidades vindas de diversas partes do mundo.

Um de seus pensamentos era este: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”. 

Madre Teresa, em suas cartas, descreveu como sentia falta de respostas de Deus. Em 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Não atrai Almas. - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele, apesar de tudo." Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma então, Jesus - Você também não é real."
Uma de suas cartas para o Padre Neuner dizia: "Pela primeira vez,  ao longo de 11 anos - cheguei a amar a escuridão. - Pois agora acredito que é parte, uma parte muito, muito pequena da escuridão e da dor de Jesus neste mundo. O Senhor ensinou-me a aceitá-la [como] um 'lado espiritual de sua obra', como escreveu. - Hoje senti realmente uma profunda alegria - que Jesus já não pode passar pela agonia - mas que quer passar por mim. - Abandono-me a Ele mais do que nunca. - Sim - mais do que nunca estarei à disposição." Fonte Wikipédia


Por outro lado, Christopher Hitchens, um dos expoentes máximos do ateísmo moderno, teceu fortes críticas a Madre Teresa, particularmente no seu livro "The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice" e os investigadores Serge Larivee e Genevieve Chenard, do Departamento de Psicoeducação da Universidade de Montreal, e Carole Sénéchal, da Universidade de Ottawa, após a análise de quase 300 trabalhos publicados sobre Madre Teresa, boletins médicos e reportagens do jornalista britânico Christopher Hitchens, concluíram que Madre Teresa estava muito mais disposta a orar pelos pobres do que a oferecer atendimento médico prático.
Este investigadores sustentam que o Vaticano deixou de lado as preocupações sobre a personalidade, contactos e transações financeiras suspeitas, envolvendo a missionária. Tal como a "maneira duvidosa" de cuidar dos doentes, as suas questionáveis ​​afiliações políticas, a suspeita de gestão danosa das grandes somas de dinheiro doadas à Instituição, por ela fundada, e os seus pontos de vista, excessivamente dogmáticos sobre contracepção, aborto e o divórcio", afirma o site da Universidade de Montreal.
Neste estudo afirma-se que a freira mantinha 517 missões, em mais de cem países, no momento de sua morte, mas que a maioria dos doentes não recebia os cuidados adequados e, muitos, eram deixados para morrer. A pesquisa questiona, também, um dos milagres que lhe foram atribuídos, a cura de um tumor, no ovário da indiana Monica Besra, a qual, de facto, se teria ficado a dever aos tratamentos e medicamentos prescritos pelos médicos.


Madre Teresa deixou-nos Mensagens de Amor incontornáveis. Deixou-nos uma Obra, por ela criada, que tem vindo, desde sempre, a ajudar diversas pessoas, órfãos, doentes, vítimas de violência....
Mas algumas investigações, jornalísticas e universitárias, parecem ter fundamentos para nos mostrar uma outra face desta freira.
Seria ela uma fanática religiosa, ou uma sádica que se comprazia com o sofrimento alheio, aproveitando para retirar dividendos para si própria?
Será ela um Mito, uma Lenda ou a Realidade?
Provavelmente, nunca teremos a certeza de quem foi, de facto, Madre Teresa de Calcutá. Pois, para sempre, permanecerá a dúvida. Para sempre, ressoaram vozes discordantes.
Só a própria saberia o que lhe ia na alma. 

É sempre perigoso ter ídolos, pois estes, na maioria dos casos, têm "pés de barro". 
É sempre perigoso "apostar" tudo em alguém, porque somos todos imperfeitos.
Na verdade, o que é importante é o que fica de bom, nos transforma, nos ajuda a ser melhores e a transcendermo-nos.
Resta-nos, portanto, a certeza e a consolação de que Madre Teresa nos deixou a sua Obra, as suas Palavras e as suas Ações e que estas  inspiraram  e continuam a inspirar, positivamente, muita gente, o que faz com que o Mundo se torne num lugar um pouco melhor....





UBUNTU - “Eu sou porque nós somos”