O olho é, talvez, dos órgãos dos sentidos o mais importante. Este é o sentido que nos permite apreciar as belezas do mundo, ver por onde caminhamos, olhar o céu, observar pequenas partículas ao microscópio ou as expressões faciais daqueles com quem contactamos, realizar complexos projetos de equipamentos ou arquitetónicos...
No entanto, ainda que sejam os olhos que veem, é o cérebro quem descodifica e interpreta as imagens que estes transportam
Para a maior parte de nós, a perda da visão seria algo perfeitamente catastrófico e aterrador.
Mas, os olhos podem mentir-nos ou não ser capazes de ver o essencial.
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De facto, o nosso cérebro interpreta as imagens transmitidas pelos olhos em função e de acordo com os nossos conhecimentos e aprendizagens, com o nosso meio cultural e social de origem, com as nossas crenças, valores, conceitos, preconceitos e pré-conceitos. Daí que a descodificação de qualquer imagem possa pecar por insuficiente ou mesmo falsa.
Se falarem-nos olhos nos olhos nos inspira confiança ou nos intimida, não tem a ver exatamente com os olhos, mas com a atitude de quem nos olha.
De acordo com a crença popular "os olhos são os espelhos da alma", logo, quando falamos olhos nos olhos as nossas almas ficam mais expostas, tal como as almas dos nossos interlocutores.
Mas, se fecharmos os olhos, ao fim de algum tempo, começamos a percecionar o mundo de outra forma. Os sons, as formas, as texturas, tudo à nossa volta ganha uma nova e diferente dimensão. Começamos a ter novas sensações e a apercebermo-nos de coisas de que não nos tínhamos dado conta até então.
Meditamos de olhos fechados, para nos afastarmos das distrações mundanas. Beijamos de olhos fechados, para nos sentirmos mais unidos. Pensamos e concentramo-nos de olhos fechados. E, muitas vezes, é, também, de olhos fechados que abrimos o nosso coração, dizendo as coisas mais íntimas e profundas.
Quando estamos sozinhos, sabendo que não estamos a ser observados, julgados ou criticados, como nos comportamos?
Pois é, a visão dá-nos apenas uma compreensão superficial daquilo que vemos. Para ver "mais longe" é necessário fechar os olhos e deixar que o coração "veja".
Como imaginam um(a) artista ou pretendente a artista?
Bonito(a), charmoso(a), com classe, vestido da forma adequada, com o sotaque certo, comportando-se de acordo com as "normas"?
Agora, imaginem uma pretendente a artista, com uns quilos a mais, vestida com um gosto duvidoso, falando com um sotaque estranho e comportando-se de uma forma um tudo nada deselegante.
Em seguida cliquem no vídeo abaixo e, depois, fechem os olhos...e oiçam (vejam) com o coração.
Da próxima vez que julgar uma situação ou pessoa apenas pela aparência, pela superfície, obrigue-se a fechar os olhos e a "ver" com o coração.
UBUNTO - "Eu sou porque nós somos"
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